domingo, 28 de abril de 2019

Pavor ao medo - JOÃO BARNABE

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Que medo da escrita
Que pode profanar uma santa terra
Ou engolir desmedidamente a sanidade
De quem a sente ou a mente
De alguém que diz que é verdade
Ou outros que dizem ser barbaridade

Que medo eterno padeço
Que saudade das terras pestilentas
Que se encontram na fazenda dos terrores
E em que os dinheiros vivem aos penhores
Em que se emprestam a alma
Em troca de prostituições
Que medo de profanar as estrelas
O ar que leva o som dos deuses
A sede que enche o rio dos amargos
A cova do defunto que choca o germe
A árvore que consome e renova a matéria
O fungo que desfaz o tumulto

E assim o medo da escrita
Está no medo da sobrevivência
Estabelecem-se conexões que assombram o terror
O pavor de descobrir mais além
De aceder a zonas de marés profundas
E dormir sobre as ramas
Partidas quebradas e soldadas
Pelo fogo de uma humanidade
Que tem muita saudade.

EM - A VERDADE DE UMA MENTE DORMENTE - JOÃO BARNABE - IN-FINITA

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