quarta-feira, 20 de março de 2019

Poema à mãe - MANUELA FRADE

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No fundo de teus olhos me encontro refletida...
Não te posso trair porque a mim me traio...
Minha alma não é mais que o reflexo de tua em mim...
Meu retrato, tantas vezes adormecido em tua memória...
Acorda nos rumores de minhas memórias de ti...
Teu choro incontido pelas dores por mim vividas,
Transforma teu amor infinitamente grande em silêncio!
Sentimentos e sorrisos adiados... Pesadelos em retratos tornados...
Momentos de vida cristalizados!
Cresci e meus irmãos também... e tu minha mãe
ficaste parada anos sem fim...
esperando... nossos pedidos, anseios
e medos... profunda infelicidade de tantos silêncios!
Apelos surdos que só te deixam lágrimas... rosas cheias
de espinhos... ecos inaudíveis de amor desmesurado...
Sentimento irreversível no dia de tua partida!
Teus filhos... ingratos rebentos... que no lugar de rosas
são catos... seu esquecimento te tornam invisível...
Esqueceram teus afagos carinhosos, beijos e sorrisos...
Felicidade profunda agora apenas lembrada por ela...
Amor Incondicional... Sentimento exclusivo das Mães,
Iemanjá, Oxúm, Iansã... não se despedem nunca
de seus filhos... E eu... eu que sou filha,
não me despeço nunca,
Nem dela minha mãe... nem de meu filho...
Espelho-me em seus olhos, lágrimas e corações...
Suas asas batem fortemente em meu coração...
Profundo e Eterno Amor de Mãe.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS III - ANTOLOGIA - IN-FINITA

1 comentário:

  1. Retrata o amor que tem à mãe considerado superior ao que descreve sobre os irmãos. Um hino à mãe destacando-se só ela.

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