quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Ode à criação da noite II - ALVARO GIESTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Saibam do autor neste link
Conheçam a In-Finita neste link

II

Estava – ele e os outros homens – parado no tempo;
tão habituada a eles, estava a terra, neste chão que pisavam,
que no luzeiro de estrelas a alumiar a noite
ninguém reparava.

Nenhuma palavra imaginavam escrita no céu.
As máscaras que lhes cobriam os rostos
tiravam-lhes a possibilidade de respirar o lume.

A serenidade do orvalho erguia-se das muitas noites,
à espera de fustigar os olhos quando a manhã
se levantasse na euforia torrencial dos outros homens,
que se diziam os raios capazes de fulminar o tempo.

Viviam, estes homens
no lusco-fusco do anonimato da noite
             – como se brancas fossem as suas águas –
na intenção enganadora de ajudar os outros homens
que, parados no tempo, se tinham desabituado
de reparar no luzeiro de estrelas que os cobria.

EM - O SERENO FLUIR DAS COISAS - ALVARO GIESTA - IN-FINITA

Sem comentários:

Enviar um comentário