LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA HELVETIA EDIÇÕES
E quando o dia nasce
A lua parte, o sol desponta
Da terra nasce a vida
Mas eles já estão mortos.
E na podridão da droga
Massacrando os corpos vencidos,
Eles correm para a morte
E deixam os corpos estendidos.
E da terra brota a vida
Mas eles já estão mortos.
E fazem das ruas sepulturas
Escondendo-se nos vãos das portas,
Embrulhados em mantas fétidas e pútridas
Num silêncio gélido de figuras mortas.
Mas se da terra nasce a vida
No chão eles já estão mortos.
E nos olhos retiveram a última imagem
De uma seringa gasta e podre
E, injectando o pobre corpo exangue,
Partem sem saber, para uma última viagem.
Mas eles já estavam mortos para a vida.
E quando a noite cai
E os corpos começam a cair,
Muitos deles, em imagens hediondas
Parecem ao longe estar a sorrir.
E, sozinhos morrem, apodrecendo
Sem ninguém se importar
Até que os venham buscar.
E o carro da morte, demora a passar
E então,
Então já não nasce vida na terra,
Porque todos eles estão mortos para ela.
EM - A VIDA EM POESIA 3 - ANTOLOGIA - HELVETIA EDIÇÕES
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