sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O poema I* - ALVARO GIESTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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I

O poema nasce com a noite e o silêncio.
Inseguro, o corpo cresce
na confusão das palavras que crepitam
no sossego da noite:
             – a medo nasce com passos hesitantes,
ergue-se depois, até onde o silêncio se extingue.
Ali firma-se, do poema, a voz incandescente.

Na sombra, o poema encontra o sangue
que procura na febre ardente da mão inquieta
como se fosse o grito
na descoberta do seu próprio eco.
Das trevas se expande buscando no silêncio a luz.

Pulsa o sangue quente nas veias do poema.
Cresce de fora para dentro
para depois nascer de todo o espaço interior.
Sente-se que a noite pariu o poema
num silêncio de sangue, ferocidade e dor.

*escritos estes cinco textos no dia da passagem ao Eterno, de Herberto Helder,
poeta (23/Mar/2015)

EM - O SERENO FLUIR DAS COISAS - ALVARO GIESTA - IN-FINITA

1 comentário:

  1. Presto homenagem ao autor e ao destinatário por sentir um manifesto de admiração de um poeta ao Poeta , Herberto Helder ,no dia da sua morte.

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