segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Nortada - CLÁUDIO AMÍLCAR CARNEIRO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
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Coriscam raios na amplidão dos céus
O espaço é cor de chumbo. Nos montados
Faíscam medos de trovões alados
Os ventos sopram sem temência a Deus
Os choupos, tristes, gemem recurvados.

Anoiteceu. A noite, furibunda
Atira à terra pedras de granizo
Com força bruta, qual hercúlea funda.
Se não é inda o dia do juízo
Será, ao que parece, um prévio aviso.

Na escuridão da noite procelosa
Os lobos uivam como cães famintos
Amedrontados. Noite tenebrosa...
Em catadupa correm, por instintos,
Ribeirões que transvasam, turbilhões
De pesadelos, de alucinações.

Em noites destas há quem atravesse
Calvários, hortos, ermos, rios, montes...
Tragédias que o fadário, impune, tece
Aos que vagueiam, parcos de horizontes
- os filhos da desgraça que, sem tino,
Deambulam, desolados, sem destino.

EM - CANTARES DA MINHA TERRA - CLÁUDIO AMÍLCAR CARNEIRO - CHIADO EDITORA

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