terça-feira, 23 de outubro de 2018

EU, o sem DEUS! E outras abominações - PAULO DE CARVALHO

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Em ritos sacramentais – disseram-me: ANÁTEMA!
Dito em ritos vezes sete – tantos quantos cabiam...
sabiam...
Excomungado por Sua Imagem um deus dessemelhante,
soube-me Homem!

Cruas palavras vociferadas em timbres d’estanhos
urdidas por suas línguas de sabres – perpetuavam
estatutos perenes erigidos em aços reluzentes – evadidos
de suas bocas esculpidas em granitos – CARRANCAS
estéticas de seus horrores.

ANÁTEMA! Disseram-me em ritos tantos...

Portentosos! Seus plenos planos edificavam templos
[oásis rodeados de areias e najas – pedras de lápide
unidas por argamassas de betume e verbos – a liturgia
de ferro suas falas materializavam barras, grades elos
engodos do pão.

ANÁTEMA! Tanto quanto sabiam, disseram-me...

Sempre tão pios transubstanciavam-se – momento
eucarístico mística circense do trigo onde o pão se fez
posse e a fome habitou entre nós. E a disseminação
do mal fez ranhuras na carne tábuas inscritas em covas
rasas.
Em ritos tantos sabiam o quanto...

O chão do beco sabe a dor da minha sombra revela seus
cânticos nos emboços dos muros proscrito medo à luz
da insegura dança da vela reflexos de fogo na poça da
vala preconizam tanto o dentro e o fora iconografias
proféticas para templos d’escuros estéticas d’um agora
eterno a rua nua a noite crua aporta ao gueto
a fé apagada do credo arremate das cansadas prédicas
em arremedos de Homens e suas lápides de verdades
guardadas ao musgo das eras onde perambulam por
meios de Vós os preâmbulos agonizantes timbrados
guturais prelúdios das tendas do BEM e seu MAL.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS II - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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