sábado, 20 de outubro de 2018

Das palavras que vêm, das palavras que não servem - PATRÍCIA PORTO

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Há sol que brilhe para toda poesia.
Há um sol que nasceu hoje
que é o mesmo que nascerá amanhã,
por isso escrevo para quem comunga comigo
do simples e óbvio,
do pequeno e do pão dividido
que há nas palavras mais corriqueiras:
mundo, sonho, janela, liberdade
Não escreverei o difícil sinônimo da palavra estoica,
rútila, refratária
ou juntarei em cimentos a poesia esvaziada.
Escrevo porque sinto e me comunico
com os que me entendem
na minha linguagem.
Sou testemunha do meu tempo.
Não estou compondo um réquiem de palavras de vitrine
para os estetas.
Aconselho-me com as próprias palavras desprovidas
de cinismo ou
qualquer indiferença.
Ando a dialogar com o ódio alheio num relicário cheio
de renúncias.
E me inscrevo nessas lutas e cansaços
através da história, do poço da casa,
dos sentidos cotidianos

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS II - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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