domingo, 19 de agosto de 2018

Mágoas - MANUEL MACHADO

Do que nos fazem ou dizem,
Vêm de onde menos se esperam
Tal libelinhas leves e transparentes,
Pousando em nenúfares dispersos
Em lagos de ansiedades e incertezas.

Muitas imbicam a mentes atentas
Leveza subtil sem deixar marcas,
Originárias de gentes desamoradas,
Votadas ao descaso ou adiaforia.

Poucas trazem garras afiadas
Cravando corpos já cansados
Às guerras consanguíneas sangrentas
Esventrando forças já exauridas,
Néctares até à última gota pressentida.

Nenhumas restarão agrilhoadas,
Presas a mentes meditadoras
A corpos energizados e alinhados
Sedentos a incondicionais amores.

Mágoas infligidas ao quotidiano da vida,
Firmeza haja à espinhosa deslembrança.

EM - TOCA A ESCREVER - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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