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Quando desperte o abrente
e o sol às flores dos campos
dê um beijo com a boca quente,
marcharei a caminhar,
pisando forte na terra
dos arrebaldes e vilas,
das aldeias que na serra
ainda no sono estão.
Caminharei aos lugares
que têm miséria calada,
a todos os pobres lares
em que escasseia o pão.
Lares de trabalhadores
do mar, do campo e das fábricas,
molhados pelos suores
dos dias de laborar.
Irei por tristes roteiros
das aldeias esquecidas,
pelas casas, pelos leiros,
sob os ares da manhã.
E gritarei pregoando,
com o meu peito feito vento,
com os desejos estalando:
caminhemos, meus irmãos!
EM - GALEGUIA - MANUEL MIRAGAIA - CHIADO EDITORA
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