quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

74 - JOÃO AYRES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
Saibam sobre o autor neste link

Pelo pouco tempo no qual sempre me desconheço
Pelo pouco que foi dito em todas as palavras ressentidas
Por aí a vagar como um louco, cabeça contra o poste na esquina do infinito
Em todas as coisas vãs no absurdo à beira de lugar algum
Jamais assim estive a procurar o que achava
As palavras jorravam de minha alma como um ninguém
Perco diariamente o rumo ao saber de meu desterro
Meu caminho é a incerteza da chuva como se esta fosse uma questão de segundos.

Pelo pouco em pouco quase mesmo coisa alguma
Estes restos de pão bolorento umedecido por minha saliva inútil
Conjugo verbos homicidas por desejo de estar como uma besta
Enfurecida frente ao portão do inferno a ponto de cuspir o horror das horas mortas
As horas tais de profunda angústia que se arrastam como estas correntes em minha alma
No frio hostil de uma masmorra imunda em sua permanência cruciante
Gritos ensurdecedores atormentam minha mente tarde da noite quando então já estou

Com a mente vazia e os pés descalços prestes a abrir a porta do fim do mundo

EM - POEMAS ESCUROS - JOÃO AYRES - ARMAZÉM DE QUINQUILHARIAS E UTOPIAS

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