domingo, 5 de novembro de 2017

42 - JOÃO AYRES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
Saibam sobre o autor neste link

Nunca tive idade para fazer coisa alguma.
Aprendo a morrer diariamente na estranheza do além.
Vejo o invisível quando estou como estou:
Sem nada na alma como um bolso ou caixa vazia.

Tenho pouco em tudo que não seja o que é.
Gosto destes sustos que me levam ao lugar de meu desterro.
As palavras em mim espocam no escuro.
Bebo mais quando o pensamento se atira contra a parede.
Ressurjo sempre no amanhã, inexpugnável como uma sombra.

O sangue é a minha matéria que escorre
Sempre quando ouso procurar o indecifrável
Nada mais resta senão esta ausência que roça a alma dos mortos
Dos mortos que aqui estão a se esgueirar por sobre o nada.

EM -  POEMAS ESCUROS - JOÃO AYRES - ARMAZÉM DE QUINQUILHARIAS E UTOPIAS

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