Havia
um corpo de mulher boiando,
naufragado
no mar e insubmerso,
no
balanço das ondas balançando,
sem
gravidade, solto no Universo.
Mas,
houve um vento leste que soprando,
O
corpo-morno-amor em bruma imerso,
na
praia calva o trouxe flutuando,
nos
afagos da tarde submerso.
Então,
a carne mansa se fez alga,
(água
salgada), e a alga fez-se areia,
E
areia alva fez-se pedra e mágoa.
Depois,na
mesa, a imagem se fez ceia,
De
puríssimas almas e arrecifes:
- As pupilas e os
cílios do Recife.EM - LIVRO DOS SONETOS, DOS PRIMEIROS AOS PENÚLTIMOS - JOSÉ LUIZ MELO - NOVO ESTILO EDIÇÕES DE AUTOR
Sem comentários:
Enviar um comentário