Distantes dias tardias confissões...
Vidas!
Vidas! Vidas! Vidas!
Tantas vividas em doce sal.
Túrgido manto sopro do espanto
Esperanto antro de minhas esperas.
Desespero do dia repetido final.
Deserto!
Dá-me deserto, pois tenho sede.
Dá-me a rede, pois que anseio a morte.
Dá-me seios, pois que sou deleite
Lírio que não te quero branco.
Quero a morte mais bela
Como o canto do uirapuru
No velho oiti que nunca mais vi.
Quero ao menos a saudade de teu canto
Já que encanto não mais há.
Não!
Não a morte - aquela, que um dia, insolente,
Virá me beijar.
Quero aqueloutra louca louça
Prato de minhas faltas.
Quero minhas falhas solenemente louvadas
Em corais de louva-a-deus
Perfilados fiéis soldados
Em assolados solos de minhas vaidades.
Legiões de bravos gafanhotos
A devorarem minhas verdes frescas tenras verdades.
Sim!
Sim! Eu a anseio apoteoticamente.
Venha a mim em meus ontens hoje - amanhãs por sempre
Mata-me de vida.
EM - KYRIE - PAULO DE CARVALHO - BIBLIOTECA 24X7
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