Longe de quanto eu amo, neste imenso
Deserto povoado onde ora eu vivo,
E aonde, por meu mal, fiquei cativo
Mais adentro que fora do que penso...
Teu carinho, criança, e o teu esquivo,
Doce riso, divino como o insenso,
São a fonte de graça, o lenitivo,
Pra todo o mal por sobre mim suspenso.
Se o teu olhar eu fito, e ainda hesitante
A tua voz mansinho vem e embala
Meu pobre coração, minh'alma errante...
- Humilde flor que um tal perfume exala! -
Fico a pensar se vem do céu distante,
Ou se é já céu distante, a tua fala.
EM - POESIA - DOMINGOS MONTEIRO - INCM
Sem comentários:
Enviar um comentário