Tenho a língua suspensa nas margens da página
sinto-a como uma barca que embala
sílabas afectos densas utopias
procuro-a cerzida de mel e água e deslizo
ao desenhar janelas asas pontes e gaivotas
tenho a língua suspensa nas margens
de um sabor longínquo de saliva e pétalas
onde busco a palavra e o pão
há gestos na língua onde encontro um sol
arquiteto da sombra onde esbato sentenças
opacas
tenho ainda uma rosa e um cravo na língua
com que teço os filamentos da fala
e reclamo o mistério do verbo
EM - TRADUÇÃO DAS MANHÃS - GISELA RAMOS ROSA - LUA DE MARFIM
É bom ler a Gisela aqui.
ResponderEliminarBeijo, Poeta.