quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mar vermelho - ANA MARQUES GASTÃO

No pavilhão da orelha
descanso o vento,
ao mar vermelho
pinto-o de branco
enquanto pressinto
quase um rebento,
uma flor, um unguento,
suportando, amáveis,
o peso do que sou.

Menos derramada
a letra, estende-se
harmoniosa, secreta
invernosamente
fraterna. Espectral,
desenha a escada
suavemente proporcional
aos limites do nocivo.

EM - ADORNOS - ANA MARQUES GASTÃO - DOM QUIXOTE

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