sábado, 2 de novembro de 2013

Queria chamar-te amanhecer - ROSA MARIA

Queria chamar-te amante... queria chamar-te amanhecer
Queria escrever um verso perfeito... chamar-te meu amor
Ser em ti o céu infinito... partir de mim e em ti anoitecer
Queria nos braços da madrugada ser o aroma duma flor

Queria regressar ao teu sorriso pelas veredas da saudade
Escrever-te um poema de amor e guardar-te todo em mim
Fazer do teu corpo o meu sonho... do teu olhar a eternidade
Nas tuas mãos meu amor entregar a minha alma nua de ti

Queria meu amor esquecer os medos e vestir-me de paixão
Envolver-te docemente no meu corpo... despida de mágoas
Doce como o luar... vestir-me de amor e renascer na ilusão
Ser uma estrela a iluminar a noite... o remanso das águas

Queria romper espaços... dançar ao som de acordes insanos
Ter a insanidade da paixão e a insensatez de uma criança
Saltar abismos... subir montanhas e esquecer os desenganos
Deixar enfim que a vida me envolva num mar de esperança

Queria ser um instante na madrugada... vestir a noite de desejo
Ser o tudo e o nada... uma música suave... um corpo de ternura
Dançar a valsa da solidão e prender o infinito num doce beijo
E rodopiar assim eternamente nos braços dolentes da loucura

Queria escrever um eterno poema de amor... de amor amante
Sereno como o silêncio das rosas e tão profundo como o mar
Que vestisse o meu corpo de maresia... apenas por um instante
Que perfumasse de pétalas de rosas este meu longo caminhar

EM - A ESSÊNCIA DAS COISAS - ANTOLOGIA - EDIÇÕES PAULA OZ 

2 comentários:

  1. Um poema muito ondulante e gracioso. Um mundo cheio de belas intenções, desejos.
    Grata.

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  2. Meu querido amigo

    Só agora vi aqui o meu poema. Obrigada pelo teu carinho e amizade.

    Um beijinho
    Sonhadora

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