quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Viagem - EUGÉNIO DE ANDRADE

Iremos juntos separados,
as palavras mordidas uma a uma,
taciturnas, cintilantes
- ó meu amor, constelação de bruma,
ombro dos meus braços hesitantes.
Esquecidos, lembrados, repetidos
na boca dos amantes que se beijam
no alto dos navios;
desfeitos ambos, ambos inteiros,
no rasto dos peixes luminosos,
afogados na voz dos marinheiros.

EM - AS PALAVRAS INTERDITAS/ATÉ AMANHÃ - EUGÉNIO DE ANDRADE - ASSÍRIO & ALVIM

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