Quando virá o clarão do lívido estio
a meu rosto banhado em mar de sal?
Farto, e não contente de mim nem d'al
te deixarei para sempre, mísero rio!
Quando virá até mim, aquele frio
encontro com a história em terra muda,
aquela fria tarde de chuva miúda
sobre o lamaçal do meu coval?!
Meu frouxo coração, guloso e exangue,
morno e peganhoso como o sangue,
meu frouxo coração goluso e morno,
o esquecimento venha a teus cuidados,
venha o sossego pra teus olhos grados,
grados por chorarem fundo e forno!
EM - POESIA E ALGUMA PROSA - MÁRIO SAA - INCM
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