sabes o meu nome?
gritou da varanda
enquanto os panfletos voavam
pelos ares.
o último navio partia do cais.
no chão, um agoirento pássaro ferido.
regressou a casa,
corpo em ardente sossego
enquanto as folhas voavam pelos ares.
um corpo nunca se entrega,
é uma sombra que não pode ser transposta.
um gato preto a fugir na rua é um mau agoiro.
pela primeira vez, acreditou no destino,
na compatibilidade dos signos,
na harmonia dos astros.
pela primeira vez escreveu a palavra amor.
pela primeira vez sentiu uma dor lancinante
no coração
a primeira vez em que tudo parecia estar bem.
EM - A CASA DOS ARCHOTES - PAULO EDUARDO CAMPOS - LUA DE MARFIM
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