quarta-feira, 19 de junho de 2013

Hotel viking - NATÁLIA CORREIA

Onde os peixes e as maçãs
misturam os acidulados cheiros
acordo numa vibrátil manhã
que descarregam os barcos pesqueiros

freme o mar no búzio do ar
um salgado latido um acorde
de coração pelas fúrias marinhas
atraído na ponta de um fiorde

Do resplendor do holmenkolen
despenha-se oslo branca e breve
no salto de um esquiador
crescente de uma lua de neve

Chamada pela rocha caminhante
atira-lhe serpentinas o mar
e por caminhos de leite de cabra
se chega à palavra chegar

Predicam as renas no púlpito
do granito uma abscôndita Ofir
à força dos olhos das renas
acabaremos por existir?

É esse o segredo que hasteia
no reino sonâmbulo das estátuas
um obelisco de corpos que trepam
por um som de prometidas flautas?

EM - POESIA COMPLETA - NATÁLIA CORREIA - DOM QUIXOTE

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