Doces lembranças da passada glória,
que me tirou Fortuna roubadora,
deixai-me repousar em paz u'hora,
que comigo ganhais pouca vitória.
Impressa tenho n'alma larga história
deste passado beque nunca fora;
ou fora, e não passara; mas já agora
em mim não pode haver mais que a memória.
Vivo em lembranças, mouro d'esquecido,
de quem sempre devera ser lembrado,
se lhe lembrara estado tão contente.
Oh! quem tornar pudera a ser nascido!
Soubera-me lograr do bem passado,
se conhecer soubera o mal presente.
EM - POESIA LÍRICA - LUIS VAZ DE CAMÕES - VERBO
Sempre a matriz do Poeta neste Poema imbuído de tristezas, do presente. Nunca superou! Belo, em si.
ResponderEliminarGRATA.