quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

XXVIII - EUGÉNIO DE ANDRADE

Hoje deitei-me ao lado da minha solidão.
O seu corpo perfeito, linha a linha,
derramava-se no meu, e eu sentia
nele o pulsar do próprio coração.

Moreno, era a forma das pedras e das luas.
Dentro de mim alguma coisa ardia:
a brancura das palavras maduras
ou o medo de perder quem me perdia.

Hoje deitei-me ao lado da minha solidão
e longamente bebi os horizontes.
E longamente fiquei até sentir
o meu sangue jorrar nas próprias fontes.

EM - PRIMEIROS POEMAS/AS MÃOS E OS FRUTOS/OS AMANTES SEM DINHEIRO - EUGÉNIO DE ANDRADE - ASSÍRIO & ALVIM

4 comentários:

  1. RUMOR
    Acorda-me/ um rumor de ave./Talvez seja a tarde/ a querer voar.

    A levantar do chão/ qualquer coisa que vive,/e é como um perdão/que não tive.

    Talvez nada./Ou só um olhar/que na tarde fechada/é ave.

    Mas não pode voar.

    Deste modo, tento dar resposta a esse Poema de que tanto me toca em sensibilidade! Grata estou

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  2. O Poema acima transcrito é da autoria de Eugénio de Andrade, in Poesia- Os Amantes do Dinheiro_ edic.Modo de ler...
    Por lapso, não mencionei. Agradeço.

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    1. Maria Beatriz! Quem fica agradecido sou eu pelos comentários que aqui tem deixado, que enriquecem e muito honram este blogue. Bem-haja!

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  3. Manu : Nada tem que agradecer, tenho o prazer de comentar o que posso e gosto, como já se apercebeu.Interesso-me por toda a Poesia.
    Tenho a afirmar o tema - "Os Amantes sem dinheiro " e não o Título que busquei na editora mencionada . LOGO FUI confrontar com a 17º Edição de Autor e confirmei. Peço desculpas. Uma saudação.

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