segunda-feira, 16 de abril de 2012

Outono avançado - SOFIA BARROS

Quando dizes que me queres,
sou vulcão. Intrépido, voraz, ardente,
que explode em jorro constante de lava
e te percorre inteiro, amante sobrevivente.

Quando dizes que me esperas,
sou Outono avançado, amarelo exangue
que te deita num leito de folhas e terra
em que nos vindimamos, mosto e sangue.

Quando dizes que me adoras,
sou tesouro naufragado, no fundo do mar,
que te aguarda ansioso, numa valsa lenta
e te ensina o amor assim, a dançar...

IN - ANTES DE SERMOS DIA - SOFIA BARROS - LUA DE MARFIM

1 comentário:

  1. Que bela surpresa, Emanuel.
    Vim conhecer o teu espaço e deparei com o meu poema Outono...
    Obrigada.
    Espero que as nossas trocas literárias se vão desenvolvendo
    Até sempre.
    Um abraço.

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