sexta-feira, 9 de março de 2012

Visão trinta e quatro - JAIME ROCHA

Um mar onde os monstros se fossem desfazendo
e, depois, no meio dos barcos, renascessem com
uma outra luz, respondendo a um sinal. Nesse
momento o homem cortaria as mãos, logo após
ter serrado minuciosamente o corpo de centenas
de gaivotas, deitadas sobre a praia,
presas por um fio a uma âncora. A mulher
dançaria nas muralhas de um farol no centro
desse foco luminoso, espalharia as roupas
pela água ou desapareceria no vento.

EM - OS QUE VÃO MORRER - JAIME ROCHA - RELÓGIO D'ÁGUA

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