Mas o rosto dela está definitivamente gravado
no corpo do homem, solidificado nos seus olhos,
como um banco de coral. As suas lágrimas caem
na pedra, fabricando novos rochedos. É nessa visão
que os pássaros suspendem o voo, nesse enigma. A
figura de branco mistura-se com a ninfa amortalhada
e esta olha para a remadora como se habitassem num
vaso grego, num outro mausoléu esquecido nas
masmorras da ilha. ouve-se um grito, o som de um
suplício, e os ciprestes fecham-se tomando a forma
de uma árvore de fruto. Uma única árvore que cresce
subitamente ao lado do túmulo, escondendo o homem
dentro do tronco para que os outros não vejam a
imensidão da dor.
EM - LACRIMATÓRIA - JAIME ROCHA - RELÓGIO D'ÁGUA
Sem comentários:
Enviar um comentário