sábado, 14 de maio de 2011

Na palma da mãos - ANTÓNIO MEGA FERREIRA

Abro as mãos; nelas
podes ver
o que quiseres: apenas
o teu rosto
se não quiseres olhar
para as minhas
mãos
ou as rugas, pregas
finas
nos meus dedos,
outros sinais do tempo
que não foi teu.
Abro as mãos; repara
nelas, deita-lhes ao menos
um olhar
agora que uma estrela
rompeu os céus
no céu de Praga
e as minhas mãos já não cantam
nos teus lábios
para sempre rendidos
ao rasto da estrela
e à luz nocturna
do cristal.

EM - O TEMPO QUE NOS CABE - ANTÓNIO MEGA FERREIRA - ASSÍRIO & ALVIM

Sem comentários:

Enviar um comentário