Vai para os campos, para trabalhar,
Que já nasceu o dia, o cavador,
Levando n'alma a mansidão do lar,
Da madrugada ao cândido palor.
A luz parece um trémulo luar
De beleza balsâmica e d'amor.
E ao longe os pinheirais a murmurar
Soltam cantigas d'amargura e dor.
Pla estrada coleante, de longada,
Uns bois vão a passar, com a carrada,
Num clamoroso anunciar da vida.
E no cimo do monte verdejante,
Num lampejo de luz, esfuziante,
A branquejar ao sol, vê-se uma ermida.
EM - POESIA - DOMINGOS MONTEIRO - INCM
Sem comentários:
Enviar um comentário