quarta-feira, 2 de março de 2011

O ignorante absoluto...* - ANTÓNIO RAMOS ROSA

O ignorante absoluto o imóvel nómada
no imponderável acorde da deriva da terra
com as velas do sangue voltadas para o mar
na incendiada inércia da sombra como um fruto
ouve o único canto que nunca se repete
e os lúcidos animais acaçapados
por detrás de arbustos invisíveis
A sua lucidez é o abandono às marés sem margens
e a sua sabedoria uma distracção que o conduz ao centro

EM - DELTA/PELA PRIMEIRA VEZ - ANTÓNIO RAMOS ROSA - QUETZAL

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