Um dilúvio de luz cai da montanha:
Eis o dia! Eis o sol! O esposo amado!
Onde há por toda a terra um só cuidado
Que não dissipe a luz que o mundo banha?
Flor a custo medrada em erma penha,
Revolto mar ou golfo congelado,
Aonde há ser de Deus tão olvidado
Para quem paz e alívio o céu não tenha?
Deus é pai! Pai de toda a criatura:
E a todo o ser o seu amor assiste:
De seus filhos o mal sempre é lembrado...
Ah! se Deus a seus filhos dá ventura
Nesta hora santa... e eu só posso ser triste...
Serei filho, mas filho abandonado!
EM - SONETOS - ANTERO DE QUENTAL - ULMEIRO
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