sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Conselho - MIGUEL TORGA


Renuncia, poeta!
Renuncia!
Sou eu, também poeta, que to digo.
Nenhum verso se deixa encarcerar.
Prender água nas mãos é um jogo antigo,
Que aumenta a sede, em vez de a mitigar.

Temos
O que perdemos
Dia a dia.
O sol da poesia
É lua, em nós.
Sai-nos do peito um canto comovido,
E ouvimos, como um eco arrefecido,
O som da própria voz.

in... Poesia completa vol.2 - MIGUEL TORGA - Dom Quixote

Site da editora aqui

1 comentário:

  1. Versos brilhantes de um coração poeta.

    Bom estar aqui contigo!

    Beijos meu Amigo!

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