quinta-feira, 6 de maio de 2010

Suavidade - FLORBELA ESPANCA


Pousa a tua cabeça dolorida
Tão cheia de quimeras, de ideal,
Sobre o regaço brando e maternal
Da tua doce Irmã compadecida.

Hás-de contar-me nessa voz tão qu'rida
A tua dor que julgas sem igual,
E eu, pra te consolar, direi o mal
Que à minha alma profunda fez a Vida.

E hás-de adormecer nos meus joelhos...
E os meus dedos enrugados, velhos,
Hão-de fazer-se leves e suaves...

Hão-de pousar-se num fervor de crente,
Rosas brancas tombando docemente,
Sobre o teu rosto, como penas de aves...

in... Sonetos - FLORBELA ESPANCA - Bertrand

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3 comentários:

  1. Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

    Clarice Lispector

    Forte abraço prá voce.....Boa Noite!

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  2. Olá Manu,
    Bonito poema!

    Sempre gostei da melancolia da Florbela Espanca.

    Bjs dos Alpes

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  3. A Florbela Espanca é incontornável para quem gosta de poesia. Gostei de a ver por aqui.
    Beijos.

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