sexta-feira, 5 de março de 2010

2003 12 10* - JORGE FAZENDA LOURENÇO



Ave, musa sem rebuço.
Dize lá, poeta rebuçado.
Agora que a luta de classes acabou
Graças à benevolência de sua excelência,
Ó musa, voltaremos a ser realistas
Sem medo que as abóboras meninas
Virem princesas pequeno-burguesas.
Sim, o dia está que não se pode,
Cinza d'água, a cor dos afligidos
Pela dor menor, interna, pingue-pingue
Amolecendo meloso as almas.
Lisboa é uma rua de sol nos entresseios do caos.
Ena, ena, o poeta abrunhou.

in... Cutucando a musa - JORGE FAZENDO LOURENÇO - Relógio D'Água

Site da editora aqui.

* Os poemas deste livro não são titulados mas sim datados.

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