quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

À liberdade - ROBERTO DURÃO




Eu gosto de nadar nas águas, livremente,
Prazer que tu também, por certo, já tiveste.
Gosto de dar-me ao sol, embora ele me creste,
Gosto de o ver também escoar-se no poente.

Mas nem por isso odeio a chuva impertinente,
A neve sem ter lar, a ventania agreste;
Tanto me faz sentir que a Primavera veste
Como o Outono despe a Natureza ardente.

Quero ser livre, enfim, como a luz que me guia,
Ver com o mesmo olhar a noite como o dia,
Sem precisar de alguém que me conduza e exorte.

Quero ser livre assim, como a minha poesia
Que ama de igual maneira o sol e a ventania
E seu beijo final reserva para a morte!

in... Trovas do meu pensar e do meu sentir - ROBERTO DURÃO - Editorial Minerva

Site da editora aqui.

2 comentários:

  1. Quero ser livre assim, como a minha poesia
    Que ama de igual maneira o sol e a ventania
    ...
    Gostei.
    Bjs, dos Alpes.

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  2. ....

    A poesia de Roberto Durão é tão intensa como a sua própria forma de a sentir e dizer.
    Este soneto não é excepção.

    Um abraço

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