sábado, 2 de fevereiro de 2019

As pedras - JACQUELINE TORRES

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Gosto das pedras quietas
Sempre graves, sempre de gravata escura
sempre no limiar da porta
            aguardando pássaros
Aí, conversam essas mudezas miúdas
            de pés de passarinho e cisco
Agudas e antigas
Não há juventude nas pedras
já nasceram velhas
já nasceram sem exclamação
São pesados vagos pontos-finais.
Mas gosto das pedras
            pelo universo que revolvem
            nas abelhas, nas formigas, na lesma
Tão certas, tão castas
tão precisas, tão diluvianas
tão estradas, tão errantes
Tão retratos dos meus olhos
Gosto das pedras ficando
enquanto vou passando
            com meu verso de andorinha
desregulando a paisagem da palavra
            na moldura da tarde.


EM - ECOS DO NORDESTE - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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