Cravaram-te
na carne pontiagudo
aço-salgado
que não tinha fim,
e
tua alma enforcaram num segundo,
tuas
noites jogaram num jardim.
E
não deram escolha, nem teu sim,
nada
se ouviu: - ignoraram tudo!
Teu
suor,teus rumores,tudo enfim,
E
te escavaram como um poço agudo.
Depois,
te revestiram duma teia
delicada
de rendas e de veias,
azulando
teu rosto e o que lavravas.
De
ti, deixaram só, uma dor sedenta,
Um
gesto de gemido que alimenta,
Lembranças, e a
magreza das palavras.EM - LIVRO DOS SONETOS, DOS PRIMEIROS AOS PENÚLTIMOS - JOSÉ LUIZ MELO - NOVO ESTILO EDIÇÕES DE AUTOR
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