quinta-feira, 12 de junho de 2025

Paz podre que corrói - Celso Cordeiro

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Nesse areal deserto imenso
onde já apenas restam os dois
há o mais pleno silêncio, intenso,
um silêncio que dói, vivido a dois.

Dirá quem os veja, distante,
que estão apenas a repousar,
sem perceber quanto é exasperante
o silêncio que os faz distanciar.

Imensa e bela a dimensão do areal
como de ambos é imensa a distância,
mas enquanto uma é bela e real
outra é só ilusão em abundância.

Este silêncio que os separa
é mero fruto da sua inconstância,
num pára-arranca e arranca-para,
vivendo distantes com elegância.

Nesta paz podre que corrói,
vivem estes e muitos mais,
neste diálogo mudo que destrói
a vida vazia de tantos casais.

EM - NO CAMINHO DO VERSO - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

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