LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quando chove, meu amor, é deus que chove.
É deus que chove abraçado, meu amor, à terra amada,
e, por isso, quando chove, meu amor, é amor que chove.
Do céu chove sobre a terra, meu amor, a água viva.
Há-de chover, meu amor, há-de chover.
Quando chove, meu amor, é deus que chove.
É deus que chove copiosa a sua água sobre a terra ressequida,
de sede a arder. E, por isso, quando chove, meu amor,
bebem-se tão completamente os amantes de sede.
Há-de chover, meu amor, há-de chover.
Vai chover, meu amor, abre as janelas. Deixa ver
como a água pinga e cai, e de contente
desce e entra, nos segredos fundos,
com ternura lenta nas fontes do mundo.
Há-de chover, meu amor, há-de chover.
Nas entranhas das fontes do mundo deixou deus
misterioso magma a arder. E de novo a sede
haverá de crescer. E de novo na terra haverá de chover.
Que da água deriva, e do fogo, a vida.
Há-de chover, meu amor, há-de chover.
Quando chove, meu amor, é deus que chove;
ou é amor, ou é água, ou é fogo, ou é magma.
Quando chove meu amor abre as janelas e anda ver
Do fogo e da água a arder, meu amor, a vida a nascer.
Há-de chover, meu amor, há-de chover.
EM - AMANTES DA POESIA E DAS ARTES - COLETÂNEA - IN-FINITA
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