sexta-feira, 13 de maio de 2022

Pan-de-mia - RITA QUEIROZ

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Miados no telhado
Gatos se enamoram
Olhos vidrados na lua
Adormecem abraçados.

Cheiro de alfazema
Desperta sentidos implícitos
Nos lençóis de linho
Traições se aninham.

Fumaça, brigas, craques
Trapos humanos em contraste
Bola corre pelos gramados
Disfarces de Coringa nunca jazem.

Fome de tantos quereres,
Beija as manhãs carentes
Olhos sedentos
Bocas desejam pão.

Em outras paragens,
Cortes, navalha afiada,
Gás pelos olhos da cara
Ma(u)l lavada sem piedade.

Clemência pede passagem
Não há espaço.
Inerte, sangra solitária
Para que tanta maldade?

Segundos, minutos, horas
Dias, semanas, meses, anos
Repetem-se as promessas
Tudo em vão.

Doenças, vírus, bactérias
Não vencem a tirania.
Segue o fluxo, motorista,
Não há parada fixa.

Anseios da alma
Gosto de café salgado
Poesia eterna
Nós, elos passados.

Inteligência emocional, artificial
Conquistas em profusão
Faltam amor, saúde, interconexão
Deus, responde-nos se há salvação.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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