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Sonhei que palavras não fazem poesia.
Poesia aporrenta, alfineta, desinquieta;
veste as palavras com roupa de festa
e tocam a lírica mágica do existir.
Palavras rodopiam ao som da música do mundo,
ávidas de sentido que sempre voltam,
ao sono profundo da inexistência.
Sonhei cansada e feliz, por alguns instantes,
com o existir em palavras...
São como bolhas de sabão... Ou vertigem, apenas!
Desperto e olho... tudo estático! Como sempre foi.
Engrenagem inútil de uma vida sem memória.
Tenho gosto por retorno e por sonho.
Sonho com quem volta para dizer eu te amo,
Sonho com sorrisos e gestos sem dono,
Sonho com o sabor amargo do medo,
Sonho com a presença dos vazios que ecoam de dentro...
Vez ou outra tiro do alforge o silêncio,
embevecido pelo cheiro ocre do enxofre.
Falo que se autodeclara!
Nada além do sonho que passa.
Ventania e estampido tiram-me a roupa de festa, despem-me!
Nuvens de poesia inebriam-me os sentidos,
vejo-me nua, com os seios intumescidos, vulva volátil, vulcânica,
a escorrer o magma néctar abaixo da virilha e acima do joelho.
Intempestiva ausência daquele que foi
cantado como "fogo que arde sem se ver"
e as palavras ali, expectadoras da solidão que invade minh'alma.
EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA
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