LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Alguns colecionam amores
Outros preferem as dores. Selos de cartas antigos, raros
Coleção de figurinhas, essa também tinha
Tem quem colecione dinheiro, moedas, valores
Colecionar papel de cartas, com flores
Eu prefiro colecionar por do sol.
Já vi tocado em sinfonia, na solidão do canoeiro,
Entoando no saxofone um bolero com esmero
Já vi levado velozmente lá pra detrás do monte
Deixando atrás no horizonte, um rastro de nuvens órfãs.
Já vi o céu ficar laranja, bem diante dos meus olhos
Vi o mar ficar vermelho, quebrar na praia sorrateiro
Parecia apaixonado, beijava a areia com marolas
E o vento fazia a corte, às verdes palhas dos coqueiros.
Ao som das ondas mansas, o sol ia-se pondo, chamando
Senhora Noite, ia-se indo... e se ia.
Vejo sentada na varanda, todo dia ao crepúsculo
O sol por-se na floresta.
Vejo Pinheiros e arbustos. Um espetáculo fascinante.
Cor de fogo. Inebriante.
Seu rastro vai-se apagando, eu sigo atrás e vou juntando
Aquela luz na escuridão.
Impregnou-se em minh’alma, escorreu-me pelas mãos.
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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