terça-feira, 15 de outubro de 2019

O rio capibaribe - LIÈGE DE MELO

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Vindo da Caxangá, passa o Poço da Panela,
espalha-se no Bairro da Torre, em frente à minha janela.

O rio renova a paisagem, lembra traços de aquarela
desta tarde alaranjada que ao sair faz-se tão bela.
Próximo às suas margens, ouço os gritos da criançada,
brincam saudando a vida, que por elas passa agitada.
Pássaros cantam o recolhimento ao concluir suas jornadas,
o rio, ao sol segue tranquilo, seu curso é de muitas estradas.

Contemplo o Capibaribe, olhando as águas que passam...
Fazem lembrar o tempo, sem parada ou retorno,
avança a cada instante, mesmo mudando o contorno.

De batismo secular, em homenagem às capivaras,
na Serra de Jacarará puras brotaram suas águas.
Depois, tal qual a vida, desenha o seu caminho,
sacia o homem faminto, aduba seu desalinho.

Compõe vários cenários, do Recife de tantas histórias,
banha a Rua do Sol, embeleza a Rua da Aurora.
Encontra o Beberibe, irmão de tristezas e glórias,
já cansados e escuros perseguem a última vitória.
Irão penetrar o Atlântico, podem revoltos partir
Atrás do Campo das Princesas, ganham forças ao se unir

Traspassam os arrecifes, seguem unidos a cantar,
nas profundezas do oceano poderão, enfim, virar mar.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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