sábado, 11 de maio de 2019

Ciclo - ELIANA SENA

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As noites de insônia
o medo, a vergonha
a angústia e solidão;

o grito abafado
o peito apertado
marcas de opressão;

um corpo violado
e o sofrimento velado
(temia a vexação!);

o choro em silêncio
o confinamento
a prostração.

Do opressor: a evasiva
a falsa justificativa
a culpabilização

e promessas de mudança
que recobraram a aliança
na reconciliação.

Ela maquiou as dores
embalsamou nas flores
do pedido de perdão;

porém a nova chance dada
foi, também, desperdiçada
e, lá estava: no chão.

Tropeçara (novamente)
em outro inconveniente
acidente, perturbação?

Procurava alguma culpa
– provocara tal conduta
com a insubordinação?

De corpo e alma, machucada
e, por outra vez, silenciada
sobrevivia ao turbilhão.

Em mais um dia sombrio
remanesciam o vazio
o martírio, a resignação

a noite de insônia
o medo, a vergonha
a angústia e solidão...

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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