domingo, 9 de dezembro de 2018

Da janela indiscreta - ÁLVARO GÓIS

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Da janela indiscreta do meu ser

Vasculho lembranças
De tardes e noites quentes.
Do teu sorriso
Na biblioteca,
Encostada ao meu birô,
Impaciente,
Jogando charme
De plena juventude
Em descobertas...

Da janela indiscreta do meu ser
Vasculho pela tua lembrança
Que parecia perdida
Feito uma nota
De classificado...
Ainda te vejo:
Olhos vivos...
Brilhantes... Cativantes...
Um poço escuro demais,
Que talvez guardasse
A vida
Ou apenas escombros... Pensei...

Da janela indiscreta do meu ser
Guardo a lembrança
Dos teus cabelos negros
Caindo sobre o olhar de fera
Em bote armado...
Teu cheiro, também,
Ainda o guardo
Em meus sentidos...

Talvez, pensando na Física
Daqueles dias quentes,
Neste determinado instante,
Tua lembrança se dilata
Em minha mente
E constato,
Sem muito esforço
Ou rebuscar em velhos cadernos
Conceitos e definições, que, talvez,
Não seríamos apenas dois corpos
Presos um ao outro,
Produzindo atrito,
E sim, o sonho mitológico
De um Ícaro amando o Sol...
Sim. Talvez, caíssemos.
Mas, até mesmo isso,
Estaria apenas obedecendo
À ordem das coisas...

Da janela indiscreta do meu ser,
Alegro-me, hoje,
Em apenas te ver.


EM - ECOS DO NORDESTE - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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