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Cravado no meu ser distante
Sinto-o forte, inquietante, teimoso,
Como um triste carrasco tinhoso...
Curvada, humilhada, penso nesta vida,
Neste beco longo e escuro sem saída,
Onde me vejo rodeada de ódio
Desse rancor penoso vadio...
Espera um erro, uma recaída do pecado
Desse destino complicado,
Um rumo mal traçado e percorrido
Como um risco desmesurado...
Enterro-me para fugir deste inferno
Meu coração perdeu na agonia
Neste gelo que o envolve no inverno
De um mar revolto no canto de sereia...
Entrego as armas, desisto desta luta,
Já foi batalha perdida há muito,
No segredo de um amor cansado
E num olhar deveras devastado...
EM - A VIDA NUM POEMA - ANA CRISTINA GOULART/BRUNO ASSIS PAIXÃO - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA
Realça um estado desolador e não acredita no amor" amor cansado..."
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