LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELO AUTOR
Saibam do autor neste link
À
Urlima
de Andrade
Amiga
Urlima, os ventos nesta urbe jantam os restos dos nossos atormentados desejos,
com a mesma audácia desabrida dos carrinhos de mão rolando nas mãos dos meninos
dos subúrbios da nossa cidade em queixume. Querias ter no brando olhar, a
nostalgia dos tempos da bola, das bonecas cansadas da espera nas vitrinas da
rua que não acaba nunca. O sonho não é para quem anseia saciar a fome mortal,
mas para domar o tédio das noites mal dormidas, os beijos perdidos na orla da
criação.
Há um céu que chora o segredo dos vocábulos nocturnos
da baixa, há uma hora que sente na epiderme a falta de angústia nos trilhos do
café, há na solidão das ruas estreitas a confidência dos poemas verticais da
Noémia, e um imaginário banco de jardim vestido de negro com a Florbela
Espanca. As cores fogem do que não se pode afastar, do que é impossível
diagnosticar, do que… como nas manhãs frias de Junho tiram a alegria estampada
nos olhares satíricos da falta de pão.
EM - ENSAIOS POÉTICOS - M. P. BONDE - CAVALO DO MAR
Um texto muito maçador e sem interesse , é a minha maneira de sentir.
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