LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Eu amo!
Sim eu amo!
Mas livra-me Deus
depender só do amor do outro
para se feliz.
Eu amo com todos os defeitos
que entranham dentro e fora de mim.
Amo com a delicadeza
de um beijo quente…
Como amo com o grito inquietante
que insiste em sair num lugar impróprio.
O amor primeiro é meu,
em doses exageradas.
Até que essa dose seja então,
tragada pelo outro, embriaguez de poeta.
Que soluça as palavras.
Gesticula os versos.
E cambaleia em estradas
incertas, desertas, secretas.
Eu amo!
Sim eu amo!
De um jeito estranho.
Diz o outro…
Mas quem o outro a saber de mim?
Eu que pouco ou nada me conheço
nessa curta vida minha.
Que frente ao espelho pela manhã
indago em pálida face:
– Preciso passar mais tempo comigo
e amar-me um pouco mais.
Eu amo!
Sim eu amo!
Mas livra-me Deus
depender só do amor do outro
para ser feliz.
EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VIII - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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