sexta-feira, 7 de julho de 2023

A regougar - Jorge Gomes Miranda


Alguém coloca diante de si uma malga
comer aquela mistela, quente
só água de caldo, sem carne alguma,
terá de ser.
Outrora insurrecto nos patamares da 
chuva, na ladeira dos sentidos,
de nada adianta amofinar-se agora.
Sem a anestesia da beleza nocturna,
seu é um corpo arpoado,
e regougar no vazio.
De resto, já no tempo das uvas americanas
principiava a correr um vento frio.

EM - VELHOS - JORGE GOMES MIRANDA - TVR

Sem comentários:

Enviar um comentário