LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
O vento quente sopra, junta, espalha
varrendo o terreiro coalhado de folhas mortas
que correm dispersas no ímpeto do vento forte
que cavalga como se cavalo fosse em disparada.
O trabalhador da roça chega do tratar da terra
suado, cansado, vindo lá das bandas do riachão
de onde vinga alvissareiro o verde das plantações.
O vento sopra sussurrando sobre as plantações,
como se estivesse a perguntar, quem vingará?
E os dias e as noites chuvosas abastecem os brotos
fortalecendo os caules, pra não morrerem de inanição.
E lá vem a colheita enchendo peneiras, sacos e caixotes
Frutos, legumes e leguminosas... caiem nas mãos,
e o homem da roça fica feliz, então, adeus precisão!
E o chapéu de palha, escuro de suor do trabalhador
é retirado e sacudido pelas mãos fortes calejadas
do homem plantando a terra, no meio da caboclada
e no fim da tarde fecha a porteira, encosta a enxada
senta no terreiro, acende o cigarro de fumo de corda
e nem ver a fumaça, pois os olhos caçam as feridas
acometidas nas topadas das pedras das estradas.
EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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